Marcas x Transparência
Repare, parece que estamos vivendo uma nova era sobre transparência, isto é, empresas expostas de modo análogo a caixas de vidro. Onde tudo se vê e quer ser visto. Há alguns que digam que as empresas estão vulneráveis.
E justamente por conta dessa maior visibilidade, agora é possível enxergar os processos, valores e culturas presentes dentro de uma marca. Mas isso é só um modelo e sendo apenas um modelo, confere a possibilidade de ser seguido ou não. Certo?
Na verdade, mais ou menos.
Mas daqui a algumas linhas você vai entender melhor.
Quero contar a você que tenho refletido há um tempo sobre essas mudanças, especialmente, sobre essa nova maneira de pensar em relação como são as marcas e os modos em que os consumidores se relacionam com elas. E é garantido: essa forma de “existir” das marcas tem surgido como um recurso muito poderoso do Branding.
O poder de marcas transparentes
O público quer transparência. A ideia de saber a procedência das coisas, funcionamento e todos os preceitos seguidos pela marca, dão ao comprador a sensação de conforto, proximidade e acima de tudo, confiança.
Sabemos que, nos que diz respeito à conexão emocional, ter um cliente que confia em você é um pilar essencial.
Se o serviço for o mais barato, o mais rápido, o mais conveniente, o mais raro, o mais divertido ou o mais efetivo em algum outro domínio, então, por enquanto, muitos consumidores continuarão com ele, seja qual for sua cultura interna. Essa era a lógica até alguns anos atrás.
Entretanto, nos dias atuais, se uma empresa dispõe de um serviço ou produto com todos os adjetivos citados e tem reunidos todos os pilares de uma gestão de marca ela oferecerá também a possibilidade de construção de vínculo com seus clientes a partir da conexão da cultura interna da empresa com a sua essência, com o seu propósito. Isso é gerar valor.
Transparência e coerência na Gestão de Marca
Agora pense comigo de modo reverso: uma marca adotando o modelo de uma caixa preta, onde não há o repasse de confiança, transparência de valores e tampouco, cultura. Daqui a cinco anos, como você vê essa empresa?
Ou melhor, você acredita que ela irá existir até lá?
Elementar, parceiros de branding!
É exatamente aqui que notamos que em um mundo globalizado, com a realidade de mercados competitivos e notícias viralizadas a todo instante, como o modelo de transparência já se torna imprescindível. Os consumidores querem se relacionar com as marcas, compartilhar ideais. Logo, esperam e cobram conhecer os valores, objetivos e entender a cultura da empresa.
Mas aí você pode se perguntar: “Mas, Stevan, como posso tornar a cultura interna da minha empresa transparente?”.
Já pensando que essas dúvidas poderiam surgir reuni aqui três dicas baseadas na minha experiência:
1# Melhore a sua cultura interna: Dê passos significativos para melhorar a sua cultura interna. Desenvolva processos que garantam que todos os funcionários da sua empresa tenham contato e incorporem o propósito e posicionamentos da sua marca. Lembre-se de que a transparência radical está transformando sua marca de uma caixa preta em uma caixa de vidro.
2# Imagem próxima do cliente: Coloque sua marca diante do cliente como próxima e mais humana, certamente o cativará. Quanto mais verídica a sua imagem e o seu contato com o consumidor, mais confortável e confiante ele se sentirá.
3# Não se contradiga: Conte suas histórias para o mundo e seja convincente sobre essa jornada. Passe certezas.
Movimento #AsteriscoNão
Quero compartilhar com vocês uma ação do Nubank que vem ao encontro do que estamos conversando. Ela ocorreu este ano no dia 1° de abril.
Aproveitando a onda do “dia da mentira” a empresa convidou as marcas a contar a verdade. E aí pediram para clientes indicarem empresas que não eram transparentes para aderir ao manifesto “#AsteriscoNão” por uma comunicação transparente sem aquele famoso rodapé com letras minúsculas.
O engajamento das pessoas em denunciar e convocar marcas para aderirem ao #AsteriscoNão reflete exatamente sobre aquilo que estamos tratando agora: a necessidade urgente de transparência.
A verdade precisa ser dita
Sejamos sinceros, talvez não há caixas de vidro totalmente transparentes, culturas perfeitas e sequer estáticas. Mude, mas transforme essa mudança em evolução.
Se uma organização faz mudanças culturais positivas e se comunica com eficiência, essa história pode se tornar uma parte poderosa da sua marca. Pode levar milhões de consumidores a se sentirem bem sobre o seu negócio e ativamente se envolver com a marca.
Por onde começar?
Para sair da caixa preta e ter a sua própria caixa de vidro, lembre-se que o vidro é feito de mistura de matérias primas. Ou seja, um conjunto.
Construindo sua caixa de vidro:
- Seja aberto para quem quiser saber mais sobre os processos dentro da empresa;
- Mostre como os produtos são feitos ou ao menos de onde é a origem da mão de obra (os consumidores gostam da ideia de entender, há necessidade de conhecer);
- Destaque-se com o seu atendimento ao cliente e/ou outros domínios;
- Saiba quais são as causas sociais da marca, tenha posicionamento.
Mas não se esqueça do provérbio: você terá o seu próprio telhado de vidro, cuidado com as pedras.
As forças que impulsionam o surgimento de marcas de caixas de vidro são intensas. Uma vez que você aceita que sua cultura interna é pública, há possibilidade de avaliação negativa da opinião pública.
Mas assim como pode vir para o mal, podemos aumentar a chance de ocorrerem experiências positivas, daí a importância de traçarmos estratégias para impactar bem os consumidores. Logo, não permita que a sua reputação seja questionada e sua cultura interna duvidosa. Tenha transparência, não fragilidades.
Para se aprofundar mais na contextualização desse assunto eu recomendo fortemente a leitura do artigo em que conto sobre a Era dos Aquários. Uma leitura de 1min40s para colaborar com o entendimento desse cenário em que o mundo se encontra.
Ainda restou alguma dúvida? Vamos dialogar. Você pode me chamar no Instagram ou no LinkedIn.
Marcas x Transparência